segunda-feira, 15 de julho de 2013

Olha, um título.

Acho que me perdi nos anos 10. Entre tags, mensagens, tecnologias, obras para a Copa do Mundo, vídeos do Youtube, power yoga, os desenhor da Pixar, o LinkedIn, o delivery por internet, o preço alto da Farinha Láctea, a realidade aumentada, o "feat." dos vídeoclipes, a nova ortografia (ah, a nova ortografia), o show do Elvis com holografia, as mechas californianas, os trending topics, o hang out e o brigadeiro gourmet.

Ou estou num universo à parte, olhando tudo de cima ou de lado ou por entre o buraco do bule onde o Chapeleiro Maluco pega seu chá e oferece para o ratinho.

Sou uma palavra digitada no Google e em 0,0004 segundos me transformo em estatística que será analisada por robôs inteligentes e analistas insensíveis ao cheiro da Dama da Noite em uma rua cheia de carros.

Estou no meio de uma massa de eleitores indecisos e compradores impulsivos que não resistem a um chocolatinho na fila do caixa rápido do mercado.

Sou a moça que passeia com o cachorro e:

- gasta R$ 23 reais na padaria com lasanha congelada, leite, Toddy, sucos Del Valle e uma coxinha (e sai da padaria sem UM pão);

- se controla pra não gastar dinheiro quando não tem, mas cai na besteira de comprar um jardim zen (com pedrinhas, plantinha e dragão) simplesmente porque acha que merece um presente;

- não aceita os pedidos de atualização do computador;

- acha o plástico PVC uma das melhores invenções para a cozinha de todos os tempos;

- está perdida entre tags, mensagens, a nova ortografia e a merda dos concursos públicos com UMA mísera vaga pra jornalistas no Brasil todo.

É, não tem um fim cabível nem bonitinho. Pode ter uma carinha, é uma carinha, isso te anima?

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