terça-feira, 20 de maio de 2014

A paz

Tenho quase 30 anos e já não corro mais, dentro da minha mente, como corria há seis meses ou dois anos. Corro para trabalhar e dar conta de atividades diferentes, mas parece que dá tempo de pensar se é isso mesmo que eu quero fazer ou devo. Como se tivesse conquistado um espaço só meu em que paro, sento, olho pra paisagem, de cima, e fumo um cigarro com tranquilidade. Isso no meio de tudo o mais que acontece diariamente.

Tenho um espaço em que nada acontece, que não é abalado pelas mais fortes tempestades. É um centro que permanece calmo. Em alguns dias ele se espalha e eu consigo ficar mais tranquila, olhando os acontecimentos apenas como um ruído em volta dessa área calma.

Sempre quis ter um espaço - físico mesmo, em que pudesse olhar o mundo lá de longe. Quando eu morava em um prédio alto, lá em Ponta Grossa, era o que mais gostava de fazer sozinha. Olhar as pessoas lá embaixo, a nuvem mais em cima, os prédios e as luzes e todo o movimento, de longe. Sinto falta disso, hoje. Mas posso aproveitar o centro calmo da minha mente, ao menos.

Conquistei muita coisa. A paz é a mais importante delas. Claro que volta e meia me escapa. É igual bicho arisco, que não dá para prender ou se aproximar com intenção de controlar. É igual sonho lúcido. Quando se dá conta de que ele está ali e, uau, percebe que é hora de aproveitar, ele acaba.

Queria que ela ficasse pra sempre.






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