sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O trem, os desvios e o jogo


As possibilidade movem o mundo. Aquilo que pode ou não acontecer em certa hora ou local, seja intencional ou casualmente. Os caminhos bifurcados que levam a lugares diferentes. A hora certa de fazer um convite. O momento em que se disse um não, o dia em que aceitou uma vaga de emprego, a vez em que escolheu aquele restaurante, aquela rua, aquele lado da calçada, quando resolveu cumprimentar a pessoa na fila do banco e perguntar que horas eram.

Eu desenho em um mapa o caminho que trilhei até agora como em um jogo de tabuleiro. Aquele "não" que eu disse me trouxe até aqui, me fez passar por isso. Se fosse um "sim", seguiria por ali e teria parado naquele obstáculo. E ficaria uma rodada sem jogar. Por outro lado, o "sim" daquela outra vez me faz pular três casas e evitar um acidente de carro. Por um dado mal jogado, será, virei jornalista e nunca vou ter dinheiro, pra sempre?

Gosto de tentar entender quais foram os momentos decisivos, aqueles que mudaram fatos concretos na minha vida. Saindo do modo passivo: quando e onde eu disse "não" e "sim" (ou quando eu fui a autora da pergunta e alguém me deu nãos e sims como resposta) e com isso mudei radicalmente a rota da linha do trem. 

E pensar: quantas vezes mais consigo fazer isso?

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