segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Aquilo de se defender e acreditar em si mesma



O que me ensinaram desde pequena é que o importante é ser humilde. Nada de sair por aí dizendo que é melhor do que o outro, nada de exaltar as próprias qualidades, isso é vaidade. Todos são iguais e, bem, é melhor parecer menos do que se envaidecer.

E me ensinaram mais um monte de coisas relacionadas e, junto com aquilo que fui vivendo, aos poucos me fiz a garota que não fala bem de si mesma. Que não diz: ei, eu faço isso TÃO bem. Ei, olha só como tenho talento. Ei, olha aí, sou bela.

Não falo. Às vezes penso que sou, mas dizer em alto e bom som, não. E isso, meus amigos, isso está muito errado.

Tem a ver também com mostrar que sei. Que conheço, que entendo do que estou falando. No trabalho, na faculdade, em uma conversa entre amigos. Sou aquela que ameniza as coisas e deixa pra lá.

Esses tempos ouvi uma amiga dizer: "...e então eu falei que não, que não era assim, afinal, eu sabia do que tava falando, trabalho com isso há seis anos!". E pensei: uau, ela consegue fazer isso. Ela impõe respeito, ela cobra isso do mundo. E admirei. E vi que não faço.

Ao contrário. Ao invés de defender ideias ou conceitos ou coisas que aprendi e que, raios, eu sei, eu acabo colocando tudo como se fosse apenas um achismo. Eu acho que é isso, eu acho que pode dar certo, eu acho que é por esse lado. E acabo confiando mais na liderança dos outros. Alguém que diga: sim, é isso mesmo, está certo, vamos por aqui. Como se o que aprendi ainda não fosse nada. Como se eu fosse alguém  que está eternamente na pré-escola, tentando decifrar o que está escrito no quadro. Eternamente em treinamento.

E tá errado, tá errado. Eu estudei, já trabalhei em alguns lugares, tenho alguma experiência. E tenho de parar de desconfiar do que sei e do que aprendi. E exigir mais respeito.

É preciso parar de andar aí pelo mundo como se eu não fosse nada de importante. Ok, arrogância é um problema, mas ausência de auto-valorização também.

Quando comecei a trabalhar como jornalista, tinha uma postura ainda mais fraca, como se pedisse desculpa por existir. Pedia informação como quem pede esmola. "Desculpe incomodar, mas". Quê isso, minha gente? Pra quê? Melhorei um bocado, mas ainda é como se não pudesse me posicionar direito, mostrando a que vim e o que sou. Chega, chega.

Sim, sou bonita, sim, sou inteligente pacas e sim, quero o seu respeito e de quem cruzar o meu caminho. E eu posso muito mais do que o que conquistei até hoje. Você também pode, a propósito. Afinal, o lance de "porque você vale muito" deveria ser mais, muito mais do que um slogan pra vender cosmético.

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