Foto: eu e o sol em Florianópolis
É muito fácil me conhecer. Eu estou sempre disposta a mostrar o que penso e o que acredito. Abro meu coração para as pessoas e sempre aposto que elas são essencialmente boas. Este blog é um exemplo claro disso. E, bem, provavelmente vou continuar sendo dessa maneira.
O caso é que confiar demais o tempo todo resulta em duas situações que machucam. A primeira é sentir que a confiança foi dada a quem não merecia. A segunda é se sentir exausta, sugada, sem energia, por conta do excesso de exposição. E, cá pra nós, as duas sensações poderiam ser evitadas se eu soubesse medir melhor minhas palavras e escolher poucas pessoas para conversar sobre a vida. Não, eu escolho todos do mundo, nunca fui boa em decisões.
Eu falo e falo e falo sobre o que sinto, o que me acontece, o que planejo pro futuro, como avalio minhas relações, o que houve na minha vida. E eu não abro apenas as informações, abro minha casa, conto minhas pequenas alegrias, meus grandes fracassos, abro todas as portas que forem necessárias. Convido para cafés, ofereço ajuda, me faço presente, dou presentes. Se você for um pouco mais esperto que eu, vai perceber que isso volta e meia deve causar problemas. Afinal, nem todas as pessoas estão dispostas e, ao contrário de mim, desconfiam mais do que confiam.
E então vejo que ainda não sei me proteger. De julgamentos, falas, conceitos alheios, ideias. Que ainda considero todos tão sinceros e puros e com boas intenções que não sei medir o que é bom e o que não me serve.
Estar sempre de coração aberto é um risco. Você chega desprevenida e nunca está preparada para o que pode vir. E às vezes vem chumbo grosso.
Em geral eu sou muito feliz com o que sou, com o que faço, com o que vivo. Quando eu sinto um cansaço repentino, na maior parte das vezes tem a ver com o quanto me expus ou me iludi com situações e pessoas. E comigo mesma, claro.
E então é preciso me reequilibrar. Pensar sobre o que estou fazendo de errado, o que está me afetando e o que posso melhorar. E quais canais que, abertos atualmente, estão me deixando pra baixo. Afinal, eu não sou assim. Eu sou muito mais. Mais cheia de vida, mais empolgada, mais criativa.
Bem, acho que ainda sei me reinventar. E eu sei que é um ciclo e que vou confiar novamente e ser feliz por um bom tempo até perceber aqui e ali alguns tropeços. Irei me aborrecer, me resguardar, me reequilibrar e voltar ao começo. Ainda bem.
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