domingo, 12 de maio de 2013

Trajetória parabólica


Esse é meu maior medo. Muita gente tem medo da morte. Tá, também tenho, como é quem vai saber? Tem os do medo do escuro. Que eu só tenho bem às vezes. E tem o medo da Lady Gaga. Ah, quem não tem? Não? Eu tenho.

Mas não era isso. Era: medo de ficar parada.

Você sabe, ficar no mesmo lugar, sem evoluir, sem mudar, sem ter um novo cenário e novas aspirações.

Sim, você sabe, é um medo imaturo. Eu nunca disse que era madura. Apesar de me dizerem o tempo todo, desde que era criança: nossa, como ela é adulta. Digo: isso não é bom. Inverter o jogo não é bom: ser adulto na infância e bocó na vida adulta. Tem de ser bocó na infância e tá tudo certo.

Mas não era isso, era?

Ah, então. O lance de ficar parada. Eu tenho medo. Então mudo. Ok, as mudanças podem ser superficiais, mas acontecem. Você sabe. De cidade. De emprego. De namorado. A disposição dos móveis. A hora de acordar.

É que eu gosto de começos. É que tenho medo de finais. É que sou movida a emoção. Eu enfrento de cabeça erguida um novo lugar, novas pessoas, novidades, novas variáveis. Não enfrento bem o já estabelecido. Não enfrento bem o fato de saber o que vai acontecer na semana que vem.

Uns tempos atrás eu me obriguei a analisar essa mania de mudar. Sem ir muito fundo, dá pra dizer que o que é real me assusta. O começo é mais um campo imeeeenso de probabilidades. Gasto toda minha energia e obsessão até certo ponto. O alto de determinada parábola em que a bola alcança seu ponto máximo em X. E depois começa a cair. E ganhar mais força. Até... Eu conseguir lançar a bola de novo. Dessa vez tem de ser mais alto. Mas nem sempre é.

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